Perfil das teleconsultas atendidas pelos médicos do Centro de Telessaúde do hospital da Universidade Federal de Pernambuco

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil das teleconsultorias demandadas por profissionais do Sistema Único de Saúde de Pernambuco aos médicos teleconsultores do Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco no período compreendido entre 01 de Janeiro de 2015 a 31 de Dezembro de 2016. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte transversal, quantitativo e descritivo em que foram utilizados dados secundários anonimizados oriundos do Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da da Universidade Federal de Pernambuco . Foram utilizados os Softwares Statistical Package for the Social Sciences 13.0 para Windows e o Excel 2016. Todos os testes estatísticos foram aplicados com 95% de confiança. O teste Mann-Whitney (Não Normal) foi aplicado na comparação entre o tempo de resposta de teleconsultores da área de medicina de família e comunidade e as demais especialidades médicas. Resultados: Foram analisadas 469 teleconsultorias. Em 87% dos casos houve uso do canal assíncrono de comunicação. Discussões de casos clínicos corresponderam a 54,6% da demanda. Enfermeiros (34,5%), médicos (29,9%) e agentes comunitários de saúde (20,7%) destacaram-se entre os solicitantes. Entre os teleconsultores médicos, os profissionais com atuação/especialização em medicina de família e comunidade responderam a 76,4% das demandas e a mediana de seu tempo de resposta (40,22 horas) foi significativamente inferior ao de outras especialidades(70,42 horas). A satisfação dos solicitantes foi de 96,1%. Com relação ao conteúdo, as solicitações foram em sua maioria relacionadas a doenças crônicas (22,5%), doenças transmissíveis (15,8%), pele (13,6%) e saúde mental (6,2%). Na região Metropolitana prevaleceram questinamentos provenientes de médicos (50,2%) e questões referentes à doenças crônicas. Nas demais macrorregiões de saúde os enfermeiros destacaram-se como solicitantes e as demandas sobre doenças transmissíveis e doenças de pele sobressaíram-se quanto ao conteúdo. Conclusão: A pesquisa aponta a relevância da atuação da medicina de família e comunidade no contexto da teleassistência pernambucana. O estudo levanta ainda a necessidade de novas pesquisas para avaliação do impacto da teleassistência no perfil epidemiológico do Estado e sugere a ampliação do uso do serviço na prática da assistência médica.